SECRETARIA DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO
AUTOR(ES): PAULO J. V. BRUNA, A. MARTINO, A. S. BERGAMIM, J. G. SAVOY DE CASTRO
DATA DE PROJETO: 1968
LOCALIZAÇÃO: AV.MIGUEL ESTEFANO, BAIRRO SAÚDE, SÃO PAULO SP.
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.357, P.18, DEZ.1968; ARQUIVO P.BRUNA.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.157

Projeto vencedor de concurso nacional, implantado em meio a ampla área no Parque do Estado, esta obra tem caráter prototípico e exemplar, pela precocidade com que emprega elementos pré-fabricados, e por fazê-lo de maneira equilibrada, sem descuidar dos detalhes, usando o concreto aparente tanto por suas qualidades portantes quanto por suas possibilidades plásticas, sem desvios para o excesso formal ou estrutural, contra os quais esta obra faz um mudo apelo à ordem.

Também de grande interesse é sua implantação, interligando duas avenidas existentes e situando as construções parcialmente sobre essa nova via, de maneira a definir um sistema de fluxos a partir da infra-estrutura urbana (veicula e de utilidades), organizando o conjunto bastante extenso de edifícios à maneira de uma pequena cidade. A idéia da cidade como uma malha de fluxos, parte terrestre, parte aérea, presente em Le Corbusier, é retomada em tom de revisão crítica na obra de autores ligados ao Team X e ao brutalismo inglês, como o casal Alison & Peter Smithson – como a proposta das “cluster cities” (1957), e mais ainda o “urban structuring” presente na proposta para Berlin-Hauptstadt (1958); essas propostas e a experiência das New Towns inglesas parecem ter sido revistas nesta proposta, tanto na centralidade definida como espaço pedestrianizado como nos amplos corredores de circulação entre os vários blocos por vias elevadas cujo “calibre” ou amplitude varia em função da acessibilidade de cada setor.

Cada bloco corresponde e é definido em função de um item determinado do programa numa saudável “funcionalidade” podendo-se dizer que o edifício “resulta” mais do que “nasce”. Entretanto, alguns cuidados no arranjo sugerem uma certa preocupação formal, como a simetria balanceada a partir do eixo da via de acesso compensando com vázios-pátios mais generosos eventuais desbalanços na composição; uma sutil disposição “piramidal” do conjunto, dispondo nas bordas edifícios mais baixos deixando o centro, ligeiramente mais elevado permitindo seu cruzamento. Tais cuidados não são evidentes, mas tampouco são secundários, já que o uso de elementos pré-fabricados não exclui a necessidade de tratar de questões básicas de qualquer arquitetura, quais sejam a unidade e o equilíbrio volumétrico.

 

FOTOS:

 
Fonte: Acrópole n.357, dez.1968 Arquivo P.Bruna  
 
Arquivo P.Bruna Arquivo P.Bruna  

 

LOCALIZAÇÃO:

 

DESENHOS TÉCNICOS: EDSON LUCCHINI JR.

 

 

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